Na fábula “O Rato da Cidade e o Rato do Campo” (Fábulas de Esopo, Ruth Rocha, 1999), o animal urbano mostra ao seu primo rural a superioridade das opções gastronômicas da cidade. Um novo estudo sugere que Esopo estava certo quanto às diferenças geográficas na dieta dos roedores, em que os ratos urbanos tinham muito mais carne em sua dieta. Conduzido por um arqueólogo da Universidade Trent, a pesquisa verificou notável diferença nos ossos dos ratos citadinos que viveram na cidade canadense de Toronto e na região vizinha, entre 1780 e 1890, os quais foram submetidos à análise com espectrômetro de alta potência, buscando identificar as proporções de diferentes proteínas a fim de reconhecer sinais reveladores sobre os alimentos consumidos pelos ratos de ambos os habitats.
Fonte: http://www.novastecnologiass.com/ratos-urbanos-comem-carne-ratos-ruraiscomem-qualquer-coisa-mostra-estudo-18-10-2018-ciencia/ (adaptado)
De acordo com o que se sabe sobre ecologia de nicho e, baseando-se naquilo que se preconiza no ditado “você é o que você come”, é possível afirmar que é equívoco supor
que a diferença nos ossos dos ratos urbanos é justificada pela maior quantidade de proteínas encontradas na sua alimentação derivada da dieta humana.
que os ratos de habitat rural tinham menos proteína em seus ossos porque se adaptaram a comer, entre outros substratos, altas quantidades de vegetais.
que, de acordo com o hábito alimentar humano de área urbana, em diferentes sítios localizados em áreas urbanas, as dietas dos ratos não variam muito.
que a alimentação dos ratos rurais é mais diversificada, tendo os mesmos a chance de buscar nutrientes em diversas fontes, e assim manter níveis de proteínas variados.
que o método utilizado possibilita análise das dietas humanas e de densidades populacionais em outras eras, menos documentadas, semelhante ao verificado nas cidades do estudo.