... Eu disse Escola do Sul porque, na realidade, nosso norte é o Sul. Não deve haver norte, para nós, a não ser em oposição ao nosso Sul. Por isso, agora, colocaremos o mapa ao contrário e então teremos a justa ideia de nossa posição, e não como querem no resto do mundo. A ponta da América, a partir de agora, prolongando-se, assinala insistentemente o Sul, nosso norte.
Após viver na Europa e nos Estados Unidos, o artista uruguaio Joaquín Torres García criou uma representação cartográfica diferente para a América Latina, chamada Mapa Invertido ou El Norte es el Sur, que ficou muito conhecida. A imagem foi publicada juntamente com um texto que a explicava. Sobre essa imagem e o texto, é correto afirmar que:
Ao colocar o mapa ao revés, o artista privilegiou a visão dos países ricos e dominantes, porque acreditava que a adoção desta visão implicaria a conquista e o controle de novos territórios pelos países latino-americanos.
A imagem foi criada para propor mudanças dos pontos cardeais (norte-sul), porque com isso ocorreriam mudanças nas relações de poder dos países. A América se desenvolveria automaticamente.
Ao inverter cartograficamente a relação norte-sul, o artista questiona a visão de dominação e superioridade dos países do norte sobre os do sul e, busca o fortalecimento e afirmação da identidade cultural latino-americana.
Apesar de a imagem ter sido elaborada como crítica às relações de dominação e poder entre países, a mudança dos pontos cardeais não apresenta associações simbólicas, pois os mapas servem essencialmente a fins práticos, como a navegação.
O mapa ao revés questiona a relação norte-sul e, aponta para a necessidade da integração latinoamericana, contemplada pela Doutrina Monroe, expressa no lema “América para os americanos”.